
Atendimento com falso médico em hospital de Sorocaba: indenização para paciente
O homem estava tendo um infarto e foi encaminhado para o Hospital Samaritano
Um acontecimento, no mínimo, chocante e inusitado se deu em um hospital de Sorocaba. Um indivíduo sofreu um infarto e foi tratado por um “profissional” que não era médico autenticado, em julho de 2011.
Com isso, o Tribunal de Justiça deliberou que o Hospital Samaritano deve desembolsar R$ 30 mil como compensação ao paciente.
O hospital de Sorocaba expressou intenção de apelar contra a sentença emitida na primeira quinzena do mês de dezembro de 2023.
Como aconteceu a consulta com o falso médico no hospital de Sorocaba
Segundo registros judiciais, o paciente, de 63 anos, visitou outro centro de saúde devido a agudas dores torácicas. Contudo, por conta da inexistência de uma vaga na UTI, foi encaminhado para o Hospital Samaritano.
No estabelecimento, o idoso foi consultado por um indivíduo que se identificou como “Ariosvaldo Diniz Florentino”.
Este teria prescrito remédios e o deixado partir. Um dia após a consulta, o paciente buscou um especialista que, após vários testes, confirmou o diagnóstico de infarto e o enviou para outro centro de saúde.
Ele permaneceu internado por aproximadamente sete dias e passou por intervenções cirúrgicas.
Depois de meses é que o indivíduo que se passou por médico foi descoberto
O processo indicou que, após mais de 12 meses, o paciente descobriu que o indivíduo que o havia tratado no hospital de Sorocaba não possuía qualificações médicas. Fernando Henrique
Guerrero utilizou o nome e o registro de um profissional médico genuíno no Conselho Regional de Medicina (CRM).
O estelionatário foi detido em ação, em dezembro de 2012, ao exercer medicina na Santa Casa de Sorocaba. Ele exerceu suas funções por mais de 12 meses no local.
O texto jurídico destacou a “omissão no dever de diligência ao empregar o falso médico. Isso é evidenciado pela discrepância notável na assinatura do profissional não-autenticado.”
O Hospital Samaritano alegou não ter responsabilidades no caso, argumentando que Guerrero foi contratado por uma organização externa que fornecia serviços à instituição.
O Grupo NotreDame Intermédica, que gerencia o Hospital Samaritano atualmente, foi notificado da decisão judicial e pretende apelar.
Adicionalmente, afirmou que não mantém relação com o indivíduo em questão. O hospital de Sorocaba frisou que, em 2011, o grupo não estava encarregado da gestão do hospital.

Como ficou a sentença judicial contra o hospital de Sorocaba
Na decisão de 11 de dezembro, a magistrada indicou que a entidade terceirizada, encarregada pela contratação, e o hospital, falharam ao manter o indivíduo não-autenticado atendendo os pacientes, sem verificar a autenticidade da documentação.
“A irregularidade de permitir a prática ilegal de medicina em um estabelecimento renomado, visível a todos, sem que a administração identificasse o engano, é surpreendente”, declarou a juíza.
O hospital argumentou no processo que cumpriu todas as medidas de segurança, solicitando os documentos do médico contratado.
A terceirizada indicou que a instituição solicitou a permanência de alguns médicos no quadro clínico, incluindo o indivíduo não-autenticado. Entretanto, conforme o texto judicial, não foram fornecidas evidências que corroborassem tal afirmação.
Fernando Guerrero e a empresa terceirizada, responsabilizada por sua contratação, também foram instruídos a indenizar conjuntamente o paciente.