
HumanizAção intensifica atendimentos no frio em Sorocaba: 58 abordagens e 25 acolhimentos em um único dia
O HumanizAção intensifica as ações em Sorocaba/SP: 58 atendimentos e 25 acolhimentos em um único dia. Entenda como funcionam as abordagens, o que o SOS oferece, por que algumas pessoas recusam e como você pode ajudar, com telefones 24h para acionar as equipes e salvar vidas.
O HumanizAção segue firme em Sorocaba/SP para proteger a população em situação de rua durante os dias mais frios. Ao longo deste domingo (31), as equipes do HumanizAção Inverno realizaram 58 atendimentos em diferentes pontos da cidade e, como resultado, 25 pessoas aceitaram acolhimento no Serviço de Obras Sociais (SOS). No local, os acolhidos têm acesso a pernoite, alimentação completa, roupas e toalhas, banho e cuidados de higiene, a fim de que ninguém precise enfrentar a noite ao relento.
“Nosso foco é salvar vidas e reduzir danos. Cada abordagem é uma porta aberta para o cuidado, o acolhimento e a reconstrução de vínculos”, reforça uma profissional do programa.
Assim sendo, em virtude das baixas temperaturas e do aumento de riscos à saúde, o HumanizAção mantém equipes nas ruas diariamente, com atendimento 24 horas para recebimento de chamados da população e encaminhamentos imediatos.
O que é o HumanizAção e por que ele importa
O HumanizAção é um esforço integrado do poder público para garantir dignidade, proteção social e acesso a serviços essenciais à população em situação de rua. Em outras palavras, é um trabalho de campo contínuo que une abordagem social qualificada, escuta ativa e acolhimento seguro, sobretudo em dias frios, quando hipotermia, desidratação e complicações respiratórias se tornam mais frequentes.
De acordo com as equipes, a abordagem é respeitosa e voluntária: ninguém é obrigado a aceitar o acolhimento. Contudo, conquanto existam recusas por motivos diversos (medo, desinformação, presença de animais, vínculos com o território), o diálogo paciente, de tal forma que gere confiança, costuma ampliar adesões ao longo dos dias.
Quem faz o HumanizAção acontecer
O programa reúne profissionais de diferentes secretarias, de acordo com suas especialidades, para que a resposta seja rápida e efetiva:
Secretaria de Segurança Urbana (Sesu)
Secretaria da Cidadania (Secid), por meio da Coordenadoria de Álcool e Outras Drogas e da Divisão de Política para Pessoas em Situação de Rua
Secretaria da Saúde (SES)
Apoio da Guarda Civil Municipal (GCM)
Secretaria de Relações do Trabalho e Qualificação Profissional (Sert)
Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo)
Secretaria de Mobilidade (Semob)
Urbes – Trânsito e Transportes
Essa engrenagem intersetorial existe precipuamente para agilizar decisões em campo, sobretudo quando há risco iminente à saúde. Em síntese, a integração evita “jogar o problema adiante” e resolve no território, com a pessoa, no momento em que ela precisa.
Como é uma abordagem na prática
Recebimento do chamado da população ou identificação ativa da equipe em ronda.
Escuta e triagem: a pessoa diz seu nome (se quiser), relata condições de saúde, necessidades e vínculos.
Oferta de acolhimento no SOS ou em outros serviços da rede, bem como itens de proteção contra o frio (cobertores, agasalhos).
Transporte até a unidade de acolhimento, logo que a pessoa aceite o apoio.
Acolhimento imediato: banho, roupas limpas, alimentação, leito e orientações.
Encaminhamentos posteriores: saúde, documentação, assistência social, qualificação e empregabilidade, por conseguinte ampliando as chances de superação da situação de rua.
“A porta de entrada é o acolhimento, mas a meta é o recomeço: ampliar vínculos, fortalecer a autonomia e, por fim, construir saídas possíveis”, explica um técnico de referência do serviço.
Por que algumas pessoas recusam o acolhimento
Ainda que o frio intensifique a vulnerabilidade, a recusa pode ocorrer. Entre as razões mais citadas estão:
Medo de regras do serviço ou de perder pertences;
Vínculos afetivos com o local onde dormem (grupos, animais, objetos);
Autonomia: desejo de manter rotina própria;
Experiências negativas anteriores em acolhimentos.
Em contrapartida, as equipes trabalham pacientemente, retornando aos mesmos pontos, assim como oferecendo informação clara, escuta e garantia de respeito. Posto que a decisão é da pessoa, a reabordagem qualificada costuma amadurecer a aceitação com o tempo.
O que está disponível no SOS
Quem aceita o acolhimento no Serviço de Obras Sociais (SOS) encontra:
Pernoite em local protegido do frio e da chuva;
Alimentação completa (refeições equilibradas e quentes);
Roupas e toalhas;
Banho e higiene pessoal;
Escuta e orientação para acesso à rede de serviços;
Encaminhamentos para saúde, documentação, programas de trabalho e qualificação.
De fato, a estrutura existe para que o acolhido recupere forças, descanse com segurança e planeje os próximos passos com acompanhamento.
Como a população pode ajudar — canais 24h
Os sorocabanos podem sempre colaborar com o HumanizAção, sob o mesmo ponto de vista de cuidado e solidariedade, informando locais onde haja pessoas em situação de rua necessitando de apoio e doando roupas, cobertores e alimentos.
Canais de contato (funcionamento contínuo):
WhatsApp (24h): (15) 99666-2636
SOS: (15) 3229-0777
Secretaria da Cidadania: (15) 3212-6900
GCM: 153
Em outras palavras: se você viu alguém precisando, ligue ou mande mensagem. Logo que o chamado chega, as equipes monitoram e deslocam a abordagem.
Doações que fazem diferença (e como organizar)
Para que a doação seja realmente útil, observe:
Higiene e conservação: roupas e cobertores limpos, sem rasgos e em bom estado;
Alimentos: não perecíveis, dentro do prazo de validade;
Organização: separe por tipo (agasalhos, calçados, meias, cobertores) e identifique o volume;
Estação: priorize itens de frio no inverno (casacos, luvas, gorros, meias);
Calçados fechados e meias são muito necessários;
Roupas íntimas: novas e embaladas.
Por exemplo, um kit básico pode incluir um cobertor, um agasalho, uma calça, um par de meias e um gorro. Só para ilustrar, esse conjunto aumenta muito a proteção térmica e reduz riscos à saúde.
HumanizAção e saúde: atenção redobrada no inverno
Analogamente ao cuidado social, o inverno exige atenção da saúde: resfriados, gripe, crises respiratórias e hipotermia são mais comuns. Da mesma forma, a rua expõe a pessoa a umidade, vento e falta de aquecimento.
As equipes orientam hidratação, alimentação quente, uso de camadas de roupa e busca imediata por atendimento quando houver febre, calafrios intensos, dificuldade para respirar ou confusão mental.
“O frio é um agravante sério. Uma noite ao relento pode desencadear complicações que, às vezes, a gente não consegue reverter depois”, alertam profissionais da saúde envolvidos na operação.