Segundo um estudo realizado com 3.202 pessoas idosas, manter um controle adequado da glicose em diabéticos pode reduzir a velocidade com que caminham.
Um indicador significativo de mobilidade em pessoas idosas é a lentidão, que está associada à perda de independência e ao maior risco de quedas, hospitalização, institucionalização e morte.
Os resultados do estudo mostram que o mau controle glicêmico, não o diabetes em si, é um fator que discrimina a diminuição da velocidade de caminhada em pessoas idosas, independentemente de condições prévias de mobilidade.
Além disso, pode servir como um meio de detectar rapidamente o risco de diminuição do desempenho funcional em pessoas idosas.
Controle adequado de glicose em idosos
Vale destacar que os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c), um parâmetro que representa a quantidade de açúcar circulante, são a principal ferramenta utilizada para avaliar o controle glicêmico.
A meta glicêmica é alcançada nos indivíduos com diabetes quando os níveis de HbA1c estão entre 6,5% e 7,0%, o que indica um bom controle glicêmico.
Níveis de HbA1c acima de 7,0% também indicam um controle glicêmico ruim.
O estudo, publicado na revista Diabetes, Obesity and Metabolism, é o primeiro a comparar a evolução da lentidão entre pessoas idosas com diabetes tipo 2 com e sem controle glicêmico adequado.
Isso foi alcançado por meio da análise de um banco de dados composto por 3,2 mil britânicos com mais de 60 anos, que foi acompanhado por oito anos no âmbito do Projeto ELSA, que significa Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento.
Esse estudo longitudinal, conduzido por pesquisadores do University College London (Reino Unido), coleta dados multifacetados de uma amostra representativa da população britânica. O grupo da UFSCar analisou os dados sobre lentidão e diabetes.
Os pesquisadores explicam que o resultado final de toda a cadeia de eventos que envolve a alta de glicose, que resulta em problemas visuais, neurológicos e musculares é a redução da velocidade de caminhada.
O diabetes é uma doença que afeta vasos sanguíneos, músculos, nervos, rins e olhos.
Os pesquisadores também investigaram se a velocidade de marcha antes do diabetes poderia afetar a lentidão. Para isso, os indivíduos que já apresentavam lentidão na caminhada não foram avaliados.
