O endividamento excessivo é um problema que afeta milhões de brasileiros, especialmente em tempos de crise econômica e social. Muitas pessoas recorrem a empréstimos, cartões de crédito e cheque especial para cobrir as despesas, mas acabam se enrolando com os juros e as parcelas.
Uma alternativa que pode ajudar a aliviar o endividamento é utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), um direito dos trabalhadores com carteira assinada que consiste em um depósito mensal feito pelo empregador em uma conta vinculada ao contrato de trabalho.
Quem pode sacar o FGTS?
Existem algumas situações em que o trabalhador pode sacar o FGTS, como:
- Demissão sem justa causa;
- Término do contrato por prazo determinado;
- Aposentadoria;
- Doenças graves;
- Compra da casa própria;
- Situações de emergência ou calamidade pública.
Além disso, desde 2019, o governo federal criou duas modalidades de saque do FGTS: o saque-aniversário e o saque-emergencial.
Saque-aniversário
O saque-aniversário permite que o trabalhador retire uma parte do saldo do FGTS todo ano, no mês do seu aniversário. O valor varia de acordo com o saldo disponível, podendo ser de 5% a 50%, mais uma parcela adicional de R$ 50 a R$ 2.900.
Para aderir ao saque-aniversário, é preciso informar a opção à Caixa Econômica Federal, pelo aplicativo do FGTS, pelo site fgts.caixa.gov.br ou pelo internet banking. Atenção: quem opta pelo saque-aniversário perde o direito de sacar o saldo total do FGTS em caso de demissão sem justa causa, mas mantém a multa rescisória de 40%.
Saque-emergencial
O saque-emergencial foi uma medida temporária adotada pelo governo em 2020 e 2021, em razão da pandemia de Covid-19, para liberar até R$ 1.045 e R$ 1.100, respectivamente, do saldo do FGTS para todos os trabalhadores. O objetivo era auxiliar as famílias a enfrentarem as dificuldades financeiras causadas pela crise sanitária.
O saque-emergencial não afeta o direito de sacar o FGTS nas demais situações previstas em lei, nem impede a adesão ao saque-aniversário.
Como usar o FGTS para sair do endividamento?
Se você tem direito a sacar o FGTS e está endividado, pode usar esse recurso para quitar ou renegociar as suas dívidas, especialmente as que têm juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial.
Primeiramente, explore as opções de instituições financeiras que disponibilizam os melhores cartões de crédito mais adequados ao seu perfil.
Para isso, é importante fazer um planejamento financeiro, levantando todas as suas receitas e despesas, e identificando as suas dívidas, os valores, os prazos e os juros de cada uma.
Em seguida, você deve priorizar as dívidas mais caras e urgentes, e entrar em contato com os credores para negociar as condições de pagamento, buscando descontos, parcelamentos e taxas menores.
Ao usar o FGTS para pagar as dívidas, você deve ter cuidado para não comprometer o seu futuro, pois esse dinheiro é uma reserva para situações de emergência ou para a sua aposentadoria. Por isso, é recomendável que você reserve uma parte do FGTS para uma poupança ou um investimento de baixo risco e fácil acesso, que possa servir como uma reserva de emergência.
Além disso, é fundamental que você mude os seus hábitos de consumo, evitando gastar mais do que ganha, controlando o uso do crédito e fazendo um orçamento mensal. Assim, você poderá sair do endividamento e ter uma vida financeira mais equilibrada e saudável.
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