Sorocaba e Votorantim devem movimentar quase R$ 1 bilhão com o 13º salário; comércio será o maior beneficiado

O 13º salário deve movimentar de forma expressiva a economia de Sorocaba e Votorantim neste fim de ano, a fim de estimular o comércio, os serviços e toda a cadeia produtiva regional. Segundo levantamento solicitado pela ACSO (Associação Comercial de Sorocaba), a injeção direta deve ficar entre R$ 600 milhões e R$ 655 milhões, podendo alcançar quase R$ 960 milhões quando considerados os efeitos indiretos gerados pelo consumo.

Esses números foram calculados pela Athon Soluções, com base em dados do CAGED, IBGE, Fundação SEADE, DIEESE e Banco Central. O estudo reforça, sobretudo, a importância do 13º salário como um dos principais motores econômicos do calendário brasileiro.

Mercado de trabalho em expansão

A movimentação econômica tem relação direta com o crescimento do emprego formal na região. De janeiro a setembro de 2025, Sorocaba gerou 8.830 novos postos de trabalho, chegando a um total de 239 mil trabalhadores.

Em Votorantim, são cerca de 23 mil empregados formais, de tal forma que o contingente regional chega a 262 mil trabalhadores, com renda média entre R$ 2.300 e R$ 2.500.

Esse cenário cria as condições necessárias para que o 13º salário circule de maneira forte e constante, beneficiando consumidores e empresas.

Comércio será o setor mais aquecido

Comércio

O comércio deve ser o maior beneficiado pelo 13º salário, uma vez que o período fortalece as vendas de:

• vestuário
• calçados
• eletrônicos
• brinquedos
• perfumaria
• supermercados

Além disso, lojas físicas esperam aumento no fluxo de clientes, contratações temporárias e maior volume de promoções.

Serviços

O segmento de serviços também sentirá impacto positivo, sobretudo em:

• bares e restaurantes
• salões de beleza e estética
• turismo e viagens
• academias e serviços de bem-estar
• hotéis

Com efeito, muitos consumidores aproveitam o 13º salário para investir em lazer e autocuidado, estimulando o setor.

Indústria e construção civil

Embora o impacto nessas áreas seja indireto, ambos devem crescer por causa do aumento de encomendas, pequenas reformas e maior procura por manutenção residencial típica da época de fim de ano.

Multiplicador econômico: cada R$ 1 vira R$ 1,60

O economista Roque Neto explica que cada real recebido tende a gerar R$ 1,60 na economia regional.
“Mesmo com parte da renda destinada ao pagamento de dívidas, o saldo permanece positivo e garante fôlego ao comércio e aos serviços”, destaca.

Ele afirma ainda que o aumento no consumo deve elevar a arrecadação de ISS e ICMS, fortalecendo a capacidade de investimento público nas cidades.

Empresas precisam se preparar para aproveitar o aumento de consumo

O presidente da ACSO, Hygor Duarte, reforça a necessidade de planejamento.
“As empresas precisam se organizar para aproveitar esse fluxo adicional de renda, garantindo estoques adequados, atendimento qualificado e ações promocionais. A projeção de quase R$ 1 bilhão movimentados reforça que teremos um fim de ano muito favorável”, avalia.

Ele acrescenta que, mesmo diante de desafios como endividamento das famílias e inflação moderada em serviços, a região se mantém em trajetória de crescimento.

“O 13º salário consolida esse ciclo e prepara um início de 2026 ainda mais positivo para toda a economia regional”, conclui.

Como o consumidor deve agir com o 13º salário

Embora o estudo foque no impacto econômico, especialistas reforçam que as famílias devem planejar bem o uso do 13º salário, a fim de organizar as finanças.
Entre as opções mais recomendadas estão:

• pagar dívidas com juros altos
• economizar uma parte do valor
• comprar somente o necessário para o fim de ano
• aproveitar promoções de verdade, evitando compras por impulso

Mesmo que muitas pessoas usem o benefício para quitar contas, o comércio permanece aquecido porque, em contrapartida, outras famílias utilizam o valor para consumir.