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SETOR DE RECICLAGEM enfrenta DIFICULDADES de SOBREVIVÊNCIA em SOROCABA

O setor de reciclagem vem enfrentando dificuldades em Sorocaba. De todo o lixo recolhido na cidade, apenas 2% são reciclados. Ao menos 30 toneladas de plástico, papelão, vidro e latinhas deixam de ser recicladas e vão para o aterro sanitário.

A falta de políticas públicas e a queda brusca no valor pago pelas embalagens afastaram os catadores de recicláveis.

A prefeitura de Sorocaba relatou que implantará um novo sistema de coleta de materiais recicláveis para atender toda a cidade e que está na fase de contratação da empresa para o serviço.

A renda que o pessoal que trabalha com o trabalho de reciclagem é o que pode oferecer qualidade de vida para essa população da cidade, como é o caso da catadora Regis Selene Muczinsk, que criou os filhos com o dinheiro conquistado na profissão.

– A quantidade de gente que trabalha com nós aqui, acho que, se é importante para mim, é importante para eles também. A renda ajuda bastante, terminei de construir a minha casa, o meu filho comprou um lote [terreno] só com isso que o povo fala que é lixo. Criei os meus filhos, agora todos estão trabalhando e tenho três netos – disse.

De acordo com a TV TEM, muitos fatores interferem no ciclo de cuidado da natureza e geração de renda, como o valor pago pelo material, por exemplo. Em pouco mais de um ano, o preço médio dos produtos caiu 60%.

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Antes, a Coreso conseguia vender para a indústria cerca de 140 toneladas de materiais. Agora são, em média, 110 toneladas. Em média, 30 toneladas de plástico, papelão, vidro e latinhas deixam de ser recicladas e vão para o aterro sanitário.

A reciclagem em Sorocaba, que abrange apenas 2% do total de resíduos que são produzidos diariamente, caiu ainda mais. Janete Eles, que mora no bairro Vila Hortência, afirma que o caminhão de coleta de reciclagem não passa mais na porta da casa dela. Por conta disso, passou a levar o material diretamente na cooperativa.

A cooperativa Coopervida, localizada no bairro Genebra, também vive uma situação delicada. O grupo afirma não ter apoio do poder público, nem com caminhões.

A cooperativa nasceu de uma parceria entre o Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania (Ceadec) e a Paróquia Nossa Senhora do Povo, em Brigadeiro Tobias.

O objetivo é gerar renda aos moradores da região, mas com a indústria pagando tão pouco pelos itens e os gatos para a realização do trabalho cada vez mais altos, o que sobra no fim do mês é muito pouco. Segundo a presidente da cooperativa, Patrícia de Sene, os catadores não conseguem tirar nem um salário mínimo no mês.

– A gente tem o galpão que é cedido pelo Ceadec, tem um caminhão, só qu o que acontece: o custo do material está tão baixo para a venda que não paga a água, não paga a energia, […] você tirando todas essas despesas da receita, a receita fica baixa. Hoje os catadores não conseguem tirar nem um salário mínimo por mês. Não conseguem atingir um salário, porque a gente recolhe previdência – comenta.

O que diz a prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que recicla 300 toneladas de materiais por mês,que tem um “acordo de cooperação” com a Coreso e Coopereso, e que o investimento é de R$ 250 mil por mês para a locação de 10 caminhões.

Ainda informou que vai implantar um novo sistema de coleta de materiais recicláveis que vai atender a cidade toda e que está na fase de contratação da empresa para o serviço. Sobre a Coopervida, a prefeitura não respondeu se tem proposta para ajudar o lugar.

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