A Prefeitura de Sorocaba (SP) anunciou a contratação emergencial de uma ambulância de resgate e equipe especializada em primeiros socorros para atuar no Parque Porto das Águas, conhecido popularmente como “prainha”, após a morte trágica de um adolescente de 13 anos que se afogou no local em maio deste ano.
A medida foi tomada com o intuito de ampliar a segurança dos frequentadores, principalmente aos fins de semana e feriados, período de maior movimento. O investimento de R$ 50.950,00 será válido por três meses, e, de acordo com a administração municipal, o serviço poderá ser estendido ou acionado em outros dias, conforme necessidade.
Reforço na segurança será feito com ambulância e equipe técnica
Com efeito, a contratação foi realizada por dispensa de licitação, dado o caráter emergencial da situação. Segundo nota da prefeitura, o serviço contará com:
Uma ambulância de resgate tipo C, equipada para atendimentos de urgência
Um enfermeiro socorrista
Um técnico de enfermagem
Um condutor socorrista
O serviço funcionará aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h, justamente nos horários de maior fluxo no parque. Entretanto, a prefeitura ainda não divulgou a data oficial de início da operação, pois a empresa responsável só começará os trabalhos após a emissão da ordem formal de serviço.
Ministério Público recomendou fechamento do local após acidente
Logo após o afogamento que resultou na morte do jovem, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) recomendou a interdição temporária da prainha, até que medidas eficazes de segurança fossem adotadas. A orientação partiu do promotor Jorge Alberto Marum, da Promotoria do Meio Ambiente.
Conforme o promotor, era necessário impedir o acesso da população até que se garantisse que o espaço fosse seguro para crianças, adolescentes e demais banhistas. O MP também solicitou ao Corpo de Bombeiros informações sobre a estrutura e as condições de segurança do parque.
Corpo de Bombeiros: nenhuma vistoria técnica foi realizada
Em resposta oficial datada de 29 de maio, o Corpo de Bombeiros afirmou que não realizou vistoria técnica prévia nem autorizou o funcionamento da prainha. A corporação esclareceu que houve apenas uma reunião informal entre o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e o comandante local da corporação.
“Não houve vistoria técnica prévia nem autorização do Corpo de Bombeiros. Houve apenas uma reunião informal na qual o prefeito foi orientado sobre a necessidade mínima de salva-vidas, placas de sinalização e boias delimitadoras”, informou o tenente-coronel Daniel Afonso Scaranello no documento enviado.
Em complemento, o ofício destacou a chamada “teoria do risco”, que responsabiliza a administração pública por garantir todas as precauções possíveis para o funcionamento adequado de áreas como essa.
Adolescente morreu afogado e irmão foi salvo por moradores
O caso que gerou repercussão ocorreu quando um adolescente de 13 anos se afogou enquanto nadava no lago do parque. Seu irmão, de 19 anos, também foi atingido pela correnteza, mas foi resgatado com vida por moradores que estavam no local.
Na ocasião, o Corpo de Bombeiros confirmou que não havia salva-vidas atuando no momento do acidente, o que reforçou a necessidade de revisão imediata das condições de segurança.
Prefeitura afirma que seguiu orientações e vem fazendo melhorias
Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Sorocaba explicou que todas as recomendações recebidas foram cumpridas. Entre as ações implementadas estão:
Instalação de delimitadores de área no lago
Colocação de placas de sinalização com orientações sobre o uso seguro do espaço
Presença de boias de contenção e de Guardas Civis Municipais (GCMs)
Monitoramento constante por servidores
Aumento da presença de salva-vidas nos períodos de maior movimento
“O espaço é considerado uma praça pública com foco no lazer, e por isso, segundo a prefeitura, não havia exigência de autorização prévia do Corpo de Bombeiros para sua abertura”, justificou a administração.
Medidas ainda geram questionamentos da população
Embora a prefeitura tenha adotado ações corretivas, muitos moradores continuam preocupados com a segurança na prainha. A ausência de autorização formal dos Bombeiros e o fato de não ter havido uma vistoria oficial continuam sendo pontos levantados por vereadores e líderes comunitários.
Em contrapartida, a prefeitura reforça que o local está sendo adaptado continuamente e que os esforços para torná-lo seguro estão em andamento, com a expectativa de que os episódios trágicos não voltem a se repetir.
Em resumo: o que muda com o novo serviço?
A “prainha” de Sorocaba terá ambulância de resgate e equipe médica aos fins de semana e feriados
O serviço custará R$ 50.950,00 e terá validade inicial de três meses
A medida foi tomada após a morte de um adolescente por afogamento no local
O MP recomendou a interdição do espaço e apontou falhas na segurança
O Corpo de Bombeiros não autorizou oficialmente a abertura da prainha
A prefeitura afirma que vem realizando melhorias e que segue monitorando o parque
Considerações finais
A tragédia que tirou a vida de um jovem reacendeu o debate sobre a responsabilidade do poder público na criação e manutenção de espaços de lazer seguros para a população. Ainda que as medidas tomadas posteriormente demonstrem preocupação, a prevenção precisa vir sempre antes do acidente, e não como resposta a ele.
Assim sendo, espera-se que as ações em curso — como o serviço de resgate e o reforço da sinalização — tragam mais tranquilidade para as famílias que frequentam o Parque Porto das Águas, e que episódios como esse jamais se repitam.
