A América Latina tem o maior número de casos anuais de doença de Chagas, cerca de 30 mil, sendo 10 mil deles fatais.
O levantamento foi realizado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Uma das razões para essa alta taxa de letalidade é que a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi é difícil de diagnosticar.
A infecção pode ser assintomática ou ter sintomas inespecíficos, que podem ser confundidos com gripe ou resfriado. Como resultado, a taxa de descoberta é menor que dez por cento.
Doença de chagas
Além do baixo número de diagnósticos, o Ministério da Saúde destaca que apenas 1% das pessoas afetadas recebem tratamento atualmente.
A doença de Chagas é a doença parasitária mais prevalente na América Latina e está incluída na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ela afeta principalmente pessoas em vulnerabilidade social, que não têm acesso à água, alimentos ou saneamento básico de qualidade.
A doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que habita insetos triatomíneos conhecidos como “barbeiros”, “procotós”, “bicudos” ou “chupões”. As espécies de barbeiro mais ameaçadas no Brasil são Triatoma brasiliensis e Triatoma infestans.
O parasita é expelido pelas fezes ou urina do inseto e invade as células do corpo humano, se desenvolve e reproduz.
A transmissão vetorial é um outro tipo de transmissão. Os barbeiros são hematófagos e precisam se alimentar de sangue para sobreviver, por isso podem picar outras pessoas.
O protozoário é expelido junto ao ferimento pelas fezes ou urina do inseto, e a pessoa que coça o local inadvertidamente insere o protozoário em sua própria corrente sanguínea.
A transmissão vertical ocorre quando mulheres infectadas pelo Trypanosoma cruzi transmitem o vírus aos seus bebês durante a gravidez ou durante o parto. Além disso, existe a possibilidade de contaminação por meio do transplante de órgãos de indivíduos que possuem o parasita.
A contaminação pode ocorrer de forma acidental ao entrar em contato com feridas infectadas na pele ou mucosas durante procedimentos laboratoriais ou manejo de caça.