Adolescentes da Fundação Casa realizam visita ao Parque Tecnológico de Sorocaba na segunda (8)
Um grupo de adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa Sorocaba III (DRS), visitaram o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).
Durante a visita os jovens foram recebidos pelo engenheiro e coordenador do Laboratório de Experimentações em Tecnologias 4.0, Renan Rosa Martines, que apresentou todo o ecossistema do PTS e demostrou o uso e as aplicações das várias tecnologias desenvolvidas no local.
Os destaques da visitação ficaram por conta dos robôs, dos óculos de realidade virtual, além de usos e aplicações das impressoras 3D, dentre outras tecnologias que atendem o mercado nacional e mundial.
De acordo com o diretor do centro socioeducativo, André Bavia do Nascimento, a visita foi muito positiva para os adolescentes. “Eles puderam ter contato com uma série de tecnologias das quais eles só tinham ouvido falar. Foi muito interessante ver como eles prestaram atenção a cada detalhe da visita”, destacou.
No dia 21 de agosto do ano passado, os adolescentes que cumprem medida socioeducativa na mesma unidade já tinham participado de um workshop sobre Batalha de Robôs. A atividade foi realizada pela equipe profissional de robótica “Ogrobots”, em parceria com o Parque Tecnológico de Sorocaba.
Além de contribuir para a inclusão social dos reeducandos, a iniciativa aponta para uma nova possibilidade de qualificação profissional, que pode ser decisiva para novas oportunidades de vida proporcionadas a esses jovens.
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A Fundação Casa
A Fundação CASA/SP foi criada em substituição à antiga Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem). A mudança de nomenclatura, que se deu por meio da Lei Estadual 12 469/06, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo em dezembro de 2006, teve, por objetivo, adequar a instituição ao que prevê o ECA e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
A alteração no nome foi precedida de uma reformulação na política de atendimento da instituição. Tais mudanças reduziram o número de rebeliões que tornaram desgastada a imagem da antiga Febem. De 80 ocorrências registradas em 2003, a CASA fechou o ano de 2011 com um motim.
As mudanças começaram a partir do segundo semestre de 2005, com a posse da presidente Berenice Giannella. Elas consistiram num processo de descentralização do atendimento aos adolescentes, com a construção de 59 novas unidades pequenas.
A maioria delas para atender, no máximo, 56 adolescentes – 40 no regime de internação (artigo 122 do ECA) e 16 em internação provisória (artigo 108 do ECA).
Dos novos centros socioeducativos – nome técnico com que são chamadas as unidades -, 32 são geridos em parceria com entidades da sociedade civil, como a Pastoral do Menor – organização não governamental da Igreja Católica que, outrora, era contrária ao atendimento prestado pela antiga Febem, constantemente associada aos maus-tratos de adolescentes. As parcerias também abrangem seis das 26 unidades de semiliberdade.
A Fundação CASA empreendeu reformas no conceito pedagógico, capacitou funcionários e estabeleceu o Plano Individual de Atendimento (PIA) em todas as unidades.
Como resultado, além da queda nas rebeliões, a Fundação CASA registrou uma redução na reincidência entre os adolescentes internos. De 29% em 2006, a taxa caiu para 16% no final de 2008, e 13% no final de 2011. Também desativou o Complexo do Tatuapé, em 16 de outubro de 2007.
No Estado de São Paulo, a Fundação CASA atendia quase 20 mil jovens em todas as medidas socioeducativas. Isso até 2010, quando houve a municipalização das medidas em meio aberto, notadamente a Liberdade Assistida, que passou a ser executada pelas prefeituras.